Delegado Augusto Barros e delegados que integram a Comissão de Investigação da Agiotagem no Maranhão, durante a coletiva |
A
Polícia Civil deflagrou duas novas operações de combate ao crime de agiotagem
nas prefeituras do Maranhão na manhã desta terça-feira (5). A ação contou com o
apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate a Organizações Criminosas
(Gaeco), do Ministério Público, e faz parte das diretrizes do Governo do
Maranhão no combate à corrupção e ao crime organizado. Ao todo, foram cumpridos
20 mandados, sendo cinco de prisão temporária, 12 de busca e apreensão e três
de condução coercitiva. Também foram apreendidos veículos de luxo, computadores
e vários cheques.
As
operações desencadeadas foram denominadas “Morta-Viva”, em alusão à criação de
empresas em nome de pessoas já falecidas e “Maharaja”, em alusão ao município
de Marajá do Sena, que está entre os municípios mais pobres do país.
No
mês de fevereiro, o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson
Portela, já havia anunciado a retomada das investigações sobre a prática de
crimes de agiotagem no Estado. Para dar efetividade à apuração, Portela
instalou comissão composta por três delegados. “O combate à corrupção é prioridade
do governo Flávio Dino. Portanto, vamos dotar essa equipe de estrutura com sala
totalmente preparada para dar exclusividade aos trabalhos. Sem deixar de fora
qualquer nome envolvido nesta prática criminosa. Se for para abrir 100
inquéritos de agiotagem, nós vamos abrir”, afirmou.
Os
alvos desta operação foram as prefeituras de Marajá do Sena, Bacuri e Zé Doca.
Cerca de 50 policiais civis, entre eles delegados, participaram da
mega-operação. O resultado da ação foi apresentado, na tarde desta terça-feira
(5), na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública, por meio de uma
coletiva de imprensa. Participaram da coletiva, o delegado-geral da Polícia
Civil, Augusto Barros, o adjunto da Polícia Civil, delegado Lawrence Melo, os
delegados Roberto Fortes, Wang Chao e Guilherme Sousa, que compõem a comissão
de investigação de agiotagem, e os promotores do Ministério Público Marco
Aurélio Rodrigues e Marcos Valentim Pinheiro.
O
delegado-geral destacou o trabalho integrado da Polícia Civil com o Ministério
Público no combate à agiotagem e o desvio de dinheiro público e a importância
dessa ação para o estado. “A operação tem por objetivo contribuir positivamente
para o aprimoramento da democracia e cidadania em nosso estado, por meio da
repressão de práticas criminosas na gestão pública”, enfatizou.
O
presidente da comissão de investigação de agiotagem, delegado Roberto Fortes,
enfatizou que o trabalho apenas começou e destacou o apoio irrestrito do
secretário de Segurança Pública nas investigações. “A corrupção é um mal que
nos assola e precisa de um basta. Esses gestores estavam sangrando os cofres
públicos, entregando os municípios nas mãos de agiotas. Vamos continuar com o
nosso serviço. Há muito o que fazer. Quanto mais se investiga mais corrupção se
descobre”, afirmou.
Para
o promotor de Justiça Marco Aurélio Rodrigues, essas ações são fundamentais
para melhorar a qualidade de vida da população maranhense. “Não estamos agindo
de forma isolada. A parceria com a Polícia Civil é fundamental. Toda investigação
está sendo acompanhada pelo judiciário. Vamos analisar documentos, cheques;
checar a lavagem de dinheiro e o enriquecimento ilícito. Será dada continuidade
aos trabalhos de investigação” pontuou.
Prisões
Na
operação, foram presos os prefeitos de Bacuri, Richard Nixon Monteiro dos
Santos, e o de Marajá do Sena, Edvan Costa; o ex-prefeito de Marajá do Sena,
Perachi Roberto Moraes; o contador da Prefeitura de Marajá do Sena, José
Epitácio Muniz Silva, o Cafeteira; e Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan,
apontado como agiota nas investigações.
O
ex-prefeito de Zé Doca Raimundo Nonato Sampaio, conhecido como “Natinho”, está
foragido. Na residência do prefeito Edvan Costa, os policiais apreenderam uma
pistola 380, um revólver calibre 38 e várias munições, além de jóias e
dinheiro. Ele vai ser autuado em flagrante delito pelo crime de posse ilegal de
arma de fogo.
Também
foram conduzidos coercitivamente, Rui Clemencio Barbosa, suposto laranja em
negócios da Prefeitura de Zé Doca; Francisco de Jesus Silva Soares, empresário
suspeito de emitir de notas para as Prefeituras de Marajá do Sena e Zé Doca.
Todos os suspeitos foram conduzidos para a Superintendência Estadual de
Investigações Criminais (Seic), no bairro de Fátima.
Ao
todo, 42 prefeituras estão sendo investigadas. Centenas de empresas estão
envolvidas no esquema fraudulento de desvio de verbas no estado. De acordo com
as investigações, só uma empresa desviou mais de R$ 46 milhões dos cofres
públicos. Centenas de cheques foram apreendidos, totalizando valores
exorbitantes. A fraude ultrapassa facilmente o valor de R$ 100 milhões.
Imperador
No
dia 31 de março deste ano, a Polícia Civil deflagrou a operação “Imperador”,
que culminou com a prisão temporária da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene
Barros; e do filho dela, Eduardo Barros, apontado nas investigações como o
líder do grupo. Na ação, foram cumpridos 49 mandados judiciais, sendo 2 de
prisão temporária, 9 de condução coercitiva e 38 de busca e apreensão. À época,
foram apreendidos 4 veículos em São Luís e 20 carros de luxo no município de
Codó.
Fonte: SSP
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