sexta-feira, 12 de junho de 2015

PESQUISADOR CRIA MÉTODO QUE OTIMIZA PRODUÇÃO DA TIQUIRA NO MARANHÃO



MODELO REDUZ TEMPO DE PRODUÇÃO DA AGUARDENTE DE 25 DIAS PARA 25 HORAS.


Modelo reduz tempo de produção da tiquira de
25 dias para 25 horas (Foto: Divulgação / IFMA)
Do G1 MA
Uma das bebidas artesanais mais populares do Maranhão, a tiquira pode ter um processo de produção mais rápido e ter menos substâncias cancerígenas: essa é a conclusão de uma pesquisa feita pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA). Pelo novo método, o destilado oriundo da mandioca – conhecida em outras partes do Brasil como aipim ou macaxeira –, típica de cidades do interior do Estado, fica pronto em apenas 25 horas.
O processo tradicional demora 25 dias para ser concluído; em grande parte, por causa da sacarificação – ou seja, sua transformação em açúcar – e fermentação da mandioca, que utiliza um composto químico chamado carbamato de etila (criado no Século XIX), altamente cancerígeno. Somente a fermentação leva oito dias e usa microrganismos adquiridos do meio ambiente,

Em 2011, o professor Francisco Albuquerque, da Pró-reitoria de Extensão (Proext) do IFMA, iniciou sua pesquisa para melhorar a produção da aguardente. Para isso, utilizou enzimas e leveduras comerciais, além de fungos isolados dos beijus de mandioca. O resultado foi a queda considerável nos valores do carbamato de etila, de 2,5 mg/L, na produção artesanal, para 0,4 mg/L, por meio do novo processo. “Por meio das análises químicas, constatamos as propriedades cancerígenas do carbamato de etila e que o uso de enzimas comerciais e fungos isolados melhora a qualidade do produto final”, explica o pesquisador, que garante que os novos ingredientes mantêm as características originais da tiquira.

A pesquisa maranhense contou com o auxílio da Universidade de São Paulo (USP) e os resultados foram apresentados no III Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, realizado no fim do mês de maio, em Recife.

O termo tiquira vem do tupi “tikira”, que significa “líquido que goteja, que pinga do alambique”. A bebida seria originária dos índios da Amazônia e, entre destiladas da mandioca, á a única a ter uma legislação específica, por meio do Decreto nº 6.871/2009.

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