O Imparcial.
Advogado Carlos Sérgio |
O ano de 2016 é mais aguardado do que nunca no meio político e
econômico. Desde a última quarta-feira, a política anda meio adormecida,
com alguns movimentos apenas nas esferas nacional e nos executivos
estaduais e municipais. Os legislativos pararam e precisam passar por um
momento de análise profunda do que está por vir. Já a economia vive
certo sufoco por conta da insegurança instalada no Palácio do Planalto.
Para muitos especialistas, o ano que se encerra foi de grandes
dificuldades para o Brasil, onde os escândalos que surgiram foram os
principais responsáveis pelo momento de caos político e econômico.
“Desde a redemocratização, nunca tínhamos tido ano tão difícil para o
Brasil. Os baixíssimos índices de popularidade dos nossos governantes,
principalmente ao nível federal, a incapacidade do Congresso de aprovar
uma efetiva e eficaz reforma política, as prisões e os escândalos de
corrupção envolvendo figuras de proa da política e do empresariado,
aliados aos pedidos de cassação de chefes de poderes da República e a
grave crise econômica, nos fizeram perceber que a nossa incipiente
democracia ainda precisa muito ser aperfeiçoada”, disse o advogado
eleitoral Carlos Sérgio de Carvalho, que ainda incorporou à lista de
fatos negativos o aumento da violência nas grandes e pequenas cidades,
mas que também destacou que tudo isso pode servir como bons ensinamentos
para o ano que vem.
Outro advogado eleitoral, Abdon Marinho, lembrou que há 23 anos não
se pedia um impeachment de um presidente, o que foi apenas um dos
episódios daquilo que ele chamou de ‘um cenário conturbado’. Bem
diferente do que ele viu no Maranhão, onde o atual governo teve
tranquilidade para realizar os trabalhos que se propôs tirar do papel.
“A oposição, por ser minoria, exerceu um papel incipiente. O governo [do
Estado], se não fez mais, não foi devido a perturbações no cenário
político. Teve toda possibilidade de trabalhar”, disse.
ESPERANÇA
Apesar da crise, o advogado Carlos Sérgio de Carvalho diz esperar
que, em 2016, continue o avanço no combate à corrupção, sem o
comprometimento do direto de defesa e do estado de direito. “Que a
sociedade e o Estado tenham não somente a capacidade de punir os
malfeitos, mas também de prevenir e aperfeiçoar o sistema
político-eleitoral para que o povo possa melhor escolher os seus
representantes e estes não se desvirtuam do interesse público. Espero
que as novas regras eleitorais, embora ainda tímidas, possibilitem,
efetivamente, uma menor influência do poder econômico nas eleições de
outubro de 2016, pois, quase sempre, advém daí a corrupção. Precisamos
mudar, não é possível continuar criminalizando toda a atividade
política. A política tem que ser para os bons”, sacramentou.
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