O VENENO DE CUNHA PODE INTOXICAR .POLÍTICOS, INCLUSIVE DO PMDB MARANHENSE
Eduardo Cunha Edson Lobão Alberto Filho |
O Estado de São Paulo/BRASÍLIA
Em defesa à Corte, advogados do deputado afastado questionam encontro com delator
O presidente afastado da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu ao Supremo Tribunal Federal
(STF) que o seu próprio sigilo telefônico seja quebrado. Em defesa
prévia apresentada à Corte, o parlamentar também solicitou a quebra de
sigilo telefônico do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison
Lobão (PMDB-MA).
Segundo Cunha, a peça protocolada na
sexta-feira, 24, serve para “fazer contraprova da defesa às acusações”.
De acordo com os advogados do peemedebista, a denúncia afirma que Julio
Camargo solicitou a Fernando Soares – o Fernando Baiano – uma reunião
com Cunha, o que não seria verdade. “Esse fato é obviamente falso e sua
falsidade pode ser comprovada por meio da quebra de sigilo de dados
telefônicos do requerido”, disse. Em 2015, Julio Camargo denunciou
Eduardo Cunha por exigir propina de US$ 5 milhões.
No caso de Lobão, a defesa de Cunha
sustenta que a quebra de sigilo seria necessária para provar que é falsa
a afirmação de que Lobão teria ligado para Cunha com o objetivo de
proteger Camargo, com quem estaria reunido na base aérea do aeroporto
Santos Dumont.
“Esse fato é falso. Justamente por isso o
Ministério Público Federal não produziu nenhuma prova de que tal
ligação tenha ocorrido, tendo se limitado a pedir a relação de placas
que entraram na Base Aérea. Por óbvio, que a suposta entrada de pessoas
em um local não faz prova do que as pessoas fizeram nesse local”,
argumenta a defesa.
No documento, os advogados de Cunha
ainda fazem pedidos técnicos como a transcrição de trechos de delação, o
acesso a provas e a tradução de depoimentos em outras línguas.
O deputado afastado pede que sejam
arrolados como testemunhas os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP),
Marcelo Aro (PHS-MG), Alberto Filho (PMDB-MA), Hugo Motta (PMDB-PB),
Washington Reis (PMDB-RJ), Mauro Lopes (PMDB-MG), Manoel Junior
(PMDB-PB), Saraiva Felipe (PMDB-MG), Pedro Chaves (PMDB-GO), Felipe
Bornier (Pros-RJ), Fernando Jordão(PMDB-RJ), Flaviano Melo (PMDB-AC) e o
senador Edison Lobão.
Além disso, ele elenca como testemunhas o
presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira, pastor Samuel
Cássio Ferreira, funcionários da Câmara, e o pré-candidato a vice na
Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, totalizando 28 nomes.
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