Os povos indígenas serão prioridades no projeto do
Sistema SAF e do Fida. Em missão ao Maranhão, a equipe visitou durante 12 dias,
quatro comunidades indígenas localizadas no município de Fernando Falcão, Barra
do Corda, Jenipapo dos Vieiras e Itaipava do Grajaú, municípios incluídos no
Plano ‘Mais IDH’, do Governo do Estado, e que concentram uma grande população
indígena. Embora o Fida já tenha realizado vários projetos com indígenas em
outros países, o Maranhão será o primeiro estado do Brasil que o Fundo desenvolverá
a experiência.
“O papel dos agricultores
familiares na alimentação do mundo é inegável. No Brasil, eles produzem até 70%
dos gêneros alimentícios. Nos últimos treze anos, 2003-2015, as políticas
públicas se voltaram para apoiar agricultores(as) familiares, fornecendo-lhes
as ferramentas de que precisam para serem bem-sucedidos. No Maranhão, o Governo
do Estado firmou parceria com o Fundo
Internacional para Desenvolvimento Agrícola (Fida), uma agência especializada
das Nações Unidas com investimento de R$ 156 milhões para desenvolver a
agricultura familiar do Estado”, explicou o secretário Adelmo Soares.
Para a secretária adjunta de Extrativismo, Comunidades
e Povos Tradicionais, Luciene Dias Figueiredo, quando a SAF propôs ao Fida a
inclusão de comunidades, tribos e povos indígenas no projeto foi uma
recomendação do Governo do Estado de levar, de fato, o desenvolvimento
sustentável e melhores condições de vida para as comunidades rurais mais pobres
desse estado. “Nesse entendimento, o Sistema SAF, dialogou com o Fida e colocou
os povos indígenas como um público importante do projeto de sete anos de
parceria”, esclareceu.
De acordo com a consultora do Fida, Giulia Pedona, as
visitas às aldeias indígenas tem o objetivo de diagnosticar a situação social e
produtiva das aldeias, além de conhecer a real situação das atividades
produtivas agrícolas, dos rios, do clima, meio ambiente e também qual é o nível
de produtividade de cada uma. “As comunidades são e estão muito carentes.
Por conta da falta de chuva a produção de 2015 ficou comprometida. Não há
alimento suficiente para a subsistência e a questão do acesso e abastecimento
de água são também escassos”, explicou.
As visitas também auxiliam a levantar as demandas mais
urgentes e as necessidades de cada comunidade, como, por exemplo, a criação de
peixe e aves, que estão entre as principais demandas. De posse desse
levantamento o Fida vai priorizar o incremento da produção agrícola que é
basicamente o sustento da família, potencializar o sistema de irrigação, de
abastecimento de água e acesso.
Foram visitados os povos Canelas e Guajajara
(Aldeia Geralda Toco Preto, aldeia Taboca, terra indígena Cana Brava, povo
Guajajara, aldeia Tainá, aldeia Maynumy, aldeia Mel da Italiana, aldeia
Escalvado).
Artesanato
Outro ponto a ser potencializado é a valorização dos
costumes e cultura de cada povo, respeitando a especificidade de cada um. Para
isso, as mulheres das aldeias manifestam forte interesse em retomar as
atividades de produção de artesanato, a exemplo do povo Guajajara, conhecido
pela produção de redes. A ideia é criar pontos de cultura onde as mulheres
possam produzir e comercializar, já que o artesanato também pode ser uma fonte
de renda para as famílias indígenas.
Fida
No Brasil, o Fida trabalha com foco no semiárido do
nordeste para beneficiar, principalmente, agricultores familiares, assentados e
trabalhadores rurais com prioridade a mulheres e jovens. Combater a fome,
fortalecer a segurança alimentar nas comunidades rurais, gerando emprego e
renda nos municípios maranhenses são algumas atuações do Fida.
No Maranhão o Fida atuará em seis territórios: Baixo
Parnaíba, Cocais, Campos e Lagos, Lençóis Maranhense, Médio Mearim e Vale do
Itapecuru. Com investimentos de R$ 156 milhões, o projeto beneficiará 790 mil
pessoas e 122 comunidades quilombolas. O recurso investido no Maranhão é
proveniente da parceria do Governo do Estado e Fida, através da coordenação da
SAF.
Fonte: SAF/SECOM
Texto: Tahyse Lima
Nenhum comentário :
Postar um comentário