Artigo escrito pelo governador do Maranhão, Flávio Dino
Inaugurei ontem mais um espaço de convívio comunitário em nosso Estado. A Praça Joãosinho Trinta, ao lado da antiga RFFSA, é mais uma requalificação do espaço público em nossa capital. É também uma justa homenagem ao carnavalesco maranhense que figura até hoje nacionalmente como um dos maiores entre os de seu ofício. A praça, com uma efígie do artista, virou ponto de parada obrigatória no Circuito da Beira-Mar, que estreamos ano passado e que se consolida no Carnaval deste ano.
Inaugurei ontem mais um espaço de convívio comunitário em nosso Estado. A Praça Joãosinho Trinta, ao lado da antiga RFFSA, é mais uma requalificação do espaço público em nossa capital. É também uma justa homenagem ao carnavalesco maranhense que figura até hoje nacionalmente como um dos maiores entre os de seu ofício. A praça, com uma efígie do artista, virou ponto de parada obrigatória no Circuito da Beira-Mar, que estreamos ano passado e que se consolida no Carnaval deste ano.
João Clemente
Jorge Trinta cravou definitivamente seu nome na história da cultura brasileira
em 1989 com o desfile da Beija Flor. O samba-enredo era “Ratos e Urubus,
rasguem minha fantasia” e falava dos pobres que encontravam no Carnaval um dia
de alegria. Para ilustrar o enredo, Joãosinho foi literal. Fantasiou seus
passistas, anônimos ou celebridades, de mendigos. Considerado até hoje um marco
na história do Carnaval, o desfile impactou a nação.
Naquele fim
dos anos 1980, o Brasil estava tomado pela tristeza de um governo que não havia
sido eleito e que, perdido nos jogos de bastidor para se manter no poder,
deixava a economia afundar em crise. Era o tempo da hiperinflação, fruto de um
governante cuja visão oligárquica atrasada era evidentemente insuficiente para
dirigir os destinos da “Nova República”.
Neste cenário,
o carnavalesco maranhense colocou em cadeia nacional a pobreza que o Brasil
oficial de então tentava esconder. Ao montar o desfile com mendigos, Joãosinho
cantava um Brasil que também precisava entrar na passarela e mostrar a sua
cara. Estava ali a síntese do que ele depois veio a teorizar como a “Revolução
da Alegria”: inspirar-se na energia carnavalesca para mudar o Brasil o ano
inteiro. “Se esse povo consegue fazer esse espetáculo de alegria, pode fazer
tudo”, defendia.
Nesses 30 anos
que vivemos desde então, a luta principal dos que acreditam na possibilidade de
transformação de nosso país é justamente essa. Mover-nos a partir da alegria
que inspira nosso povo, no carnaval e outras festas populares, para trabalhar
por vida digna a todos.
Aqui no
Maranhão, essa tem sido minha rotina de luta nos três primeiros anos de
governo. Todos os dias, vejo e ouço, andando pelas ruas, relatos de pessoas que
tiveram a vida mudada por uma ação do governo. É o caso de Gabriel, um garoto
de 10 anos que conheci esta semana, na Vila Luizão. Ele é um dos milhares de
usuários do programa Travessia, que criamos e que atende gratuitamente pessoas
com deficiência em varias regiões no Maranhão. Foi emocionante e inspirador ver
a alegria com que ele encara a vida. Mesma energia genuína e esperançosa que vi
no povo reunido neste período carnavalesco.
Em um texto
que escreveu em 1989 para explicar seu desfile histórico, Joãosinho
prognosticou: o país só poderia se libertar por meio da “grande energia do
nosso povo, quando ele tiver consciência de sua força e de seu valor”. Que
Joãosinho siga nos inspirando na passarela da vida. E sigamos desafiando com
nossa alegria os que querem a volta da tristeza de todos para manter os
privilégios de poucos.
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