quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O ESTRANHO CASO DO MERGULHADOR CUJO CORPO COMEÇOU A INCHAR INEXPLICAVELMENTE

SEU CASO É INÉDITO NA HISTÓRIA DO MERGULHO, ATIVIDADE QUE PRATICA EM SUA PROFISSÃO.
Willy no Centro Médico Naval: Alejandro Ramos, o 'Willy', convive com seu corpo inchado há quatro anos | Foto: Feliciano Herrera
BBC Alejandro Ramos, o 'Willy', convive com seu corpo inchado há quatro anos | 
Foto: Feliciano Herrera
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Alejandro Ramos não chega a ter 1,60 metro de altura, mas usa camisetas que poderiam ser de uma pessoa bem maior. Seus ombros mal cabem nas mangas ou nas da jaqueta azul que um amigo adaptou com tecido da mesma cor para que seus braços pudessem entrar.
Ramos, ou Willy, como é chamado por sua família, mostra o presente com orgulho no quarto que ocupa no Centro Médico Naval, na capital do Peru, Lima, desde dezembro, quando a Marinha decidiu estudá-lo.
Seu caso é inédito na história do mergulho, atividade que pratica em sua profissão. Há quatro anos, minutos após ter emergido da água, seu corpo começou a inchar, mantendo-se assim desde então
Dos cotovelos para baixo, seus braços poderiam ser os de qualquer outro homem de 56 anos saudável. São seus bíceps, com 62 e 72 cm de circunferência, que atraem os olhares e fazem com que ele tenha vergonha de sair na rua.
As protuberâncias se fundem com seus ombros. Seu peitoral inflado cai sobre seu estômago – suas costas, cintura e coxas também têm um volume maior do que o normal. Ao fator estético, somam-se a dor nos ossos e o chiado em seu peito toda vez que respira.
 BBC Após três anos sem tratamento, o Centro Médico Naval estuda agora seu caso | Foto: Feliciano Herrera

Até a bexiga aguentar
Willy está convencido de que tudo isso são sequelas de um acidente de trabalho no fim de 2013, enquanto mergulhava a mais de 30 metros de profundidade em busca de mexilhões presos a penhascos e barrancos submarinos.
Os mergulhadores como ele trabalham de forma artesanal e passam horas desprendendo e coletando os moluscos antes de voltar à superfície. O tempo que passam submersos em meio a frias correntes marítimas é determinado por sua "necessidade de urinar", como explicam vários profissionais de Pisco, cidade pesqueira 230 km ao sul da capital peruana, Lima.
Willy diz que aguentava por até oito horas. "Subia para urinar às vezes, mas achava que era uma perda de tempo", recorda-se. Esvaziar a bexiga a tal profundidade não é uma opção quando se usa um traje feito com câmaras de pneus de caminhão.

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