DEPOIS DE 40 ANOS EU VOLTO A
EXERCER UMA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA NAS IMEDIAÇÕES DA PRAÇA PEDRO II, MARCO ZERO
DE NOSSA CIDADE.
Por Joaquim Haickel
Depois de 40 anos eu volto a exercer
uma função administrativa nas imediações da Praça Pedro II, Marco Zero de nossa
cidade, lugar onde estão instalados os prédios dos Poderes Executivos, estadual
e municipal, do Poder Judiciário estadual, além da Igreja da Sé.
Em 1981, fui nomeado oficial de gabinete do governador
João Castelo, cargo que ocupei por apenas três meses, quando fui deslocado para
ser chefe de gabinete do secretário do Gabinete Civil do Governo, senhor José
Ramalho Burnett da Silva. Curiosamente, Burnett havia sido prefeito de São Luís
quando minha mãe era diretora da seção de pagamento da Secretaria de Fazenda do
município, subordinada ao grande Djar Ramos Martins.
Sobre Burnett, acho importante comentar que a sua
deficiência física, ele era praticamente cego, o fazia ter uma vantagem sobre
quase todos os políticos de seu tempo. Ele enxergava melhor e mais longe, tendo
uma noção clara e verdadeira da cena política e com isso, sabendo contornar os
obstáculos que se apresentavam. Talvez mais cego que Burnett era Bento Neves,
outro grande político com quem também tive a honra de conviver e aprender.
Durante o tempo em que trabalhei no Palácio dos Leões,
além de Castelo e Burnett, convivi com o professor José Maria de Jesus e Silva,
um ex-padre que sabia além da missa, de cor e salteado, três terços. Um craque
do direito administrativo, que tinha como seu fiel escudeiro outro craque do
direito, António José Muniz, que emprestou seus valorosos serviços a diversos
outros governos depois do de Castelo.
Costumo dizer que meu primeiro mandato como deputado
estadual, foi o meu mestrado, pelos mestres que tive como colegas. Celso
Coutinho, Bento Neves, Gervásio Santos, Raimundo Leal… Meu doutorado foi no
mandato seguinte, como deputado federal constituinte, convivendo com
verdadeiros doutores como Ulisses Guimarães, Artur da Távola, Florestan
Fernandes, Afonso Arinos… Mas, na verdade, a base disso tudo, eu consegui desde
muito cedo ouvindo as conversas de meu pai e meu tio Zé António, com seus
amigos e correligionários do Pindaré, e mais ainda naquele elevado curso médio
com Castelo, Burnett, Zé Maria e Muniz.
Olho em volta e daquele tempo, além dos prédios, só vejo
apenas o cachorro-quente do Boliviano (agora administrado por seu filho), onde
eu, Joãozinho Abreu, Ebertt Schalcher e outros colegas íamos merendar.
Naquela época eu era o mais novo entre todos os
funcionários do Palácio do Leões. Hoje, sou o quinto mais velho entre os
funcionários do primeiro escalão, do Palácio La Ravardiere.
Agora, 40 anos depois do início da minha jornada, estou de
volta ao trabalho, no mesmo lugar, desta vez para assessorar o novo prefeito de
São Luís, Eduardo Braide, em sua missão de transformar nossa terra em um lugar
melhor para se viver. Para apoiá-lo em seu compromisso de alicerçar as bases
necessárias para fazer com que nossa cidade evolua, possibilitando melhorar a
vida das pessoas, fazendo com que elas tenham efetivo acesso a oportunidades de
manutenção e crescimento.
Braide venceu uma eleição disputadíssima e se habilitou a
realizar um trabalho que significará um salto quantitativo e qualitativo no
trato da gestão pública no Maranhão, abrindo caminho para mudanças ainda mais
importantes para nossa gente.
Os desafios que enfrentaremos são enormes, porque enorme é
a responsabilidade de liderar uma cidade e seu povo no caminho do
desenvolvimento e do progresso, tendo que conviver com as adversidades naturais
da vida, além daquelas decorrentes da política, que precisam ser superadas de
forma indefectível, tendo sempre em perspectiva que, o que precisar ser feito
para melhorar os processos administrativos, que possibilitem a realização dos
projetos elaborados pelo prefeito, no sentido de melhorar a vida do cidadão
ludovicense, deve ser feito, tendo sempre como parâmetros inabaláveis, a lei e
a justiça.
Nesses 40 anos descobri a mágica de algumas palavras.
Quando eu penso nelas e as mentalizo, absorvo seus significados e seus
sentidos, que se materializam.
Para iniciar esta jornada, escolhi cinco palavras
iniciadas com a letra “E”: Equilíbrio, Eficiência, Eficácia, Efetividade e Excelência.
Que Deus nos ajude a fazer um bom trabalho.
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