O MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES, JUSCELINO FILHO, FALOU DOS SEUS PROJETOS PARA PROMOVER A INCLUSÃO DIGITAL E GARANTIA DE CONECTIVIDADE PARA A POPULAÇÃO
ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), |
Em entrevista ao jornal O Imparcial,
o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), revelou seus
projetos de como pretende promover a inclusão digital e garantia de
conectividade significativa para a população que mais precisa dos serviços públicos
em todas as regiões do Brasil.
O
ministro também contou que a sua prioridade será a inclusão digital e sobre
Projeto de Lei para alterar o Código Brasileiro de Telecomunicações e sobre a
melhoria da comunicação digital no Maranhão que é umas das piores do Brasil.
José Juscelino dos Santos Rezende Filho é médico, especializado em radiologia,
e deputado federal reeleito pelo Maranhão, em 2022, para seu 3º mandato.
Na
Câmara dos Deputados, Juscelino Filho presidiu o Conselho de Ética em 2019 e
2020. Foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. Presidiu a
Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e a Comissão Especial de
Inovação Tecnológica de Saúde (Cetecsau). Participou de algumas frentes
parlamentares relacionadas ao setor das Comunicações, como as de Defesa do
Cinema do Audiovisual Brasileiros e a Frente Parlamentar de Combate à
Pirataria. Também se manifestou em defesa de políticas de saúde digital.
Confira a entrevista na integra com o atual ministro das Comunicações.
O
Imparcial – O que o levou a aceitar o cargo de ministro de estado das
Comunicações no governo Lula?
Juscelino Filho – Como
cidadão brasileiro e político interessado na busca de soluções para o presente
e o futuro do Brasil, é impossível recusar um convite para dirigir um dos
ministérios com mais capilaridade e tão fundamental para o desenvolvimento
socioeconômico do pals. Já enquanto médico, jamais me privaria da oportunidade
de colaborar com a promoção da inclusão digital e garantia de conectividade
significativa para a população que mais precisa dos serviços públicos,
sobretudo os de saúde e de educação para as populações mais carentes. Assumi,
no meu discurso de posse, o compromisso inafastável de alinhamento com o
presidente Lula e meu partido entende que não há contradição nisso, porquanto
somos do diálogo e queremos contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
população.
Durante
seus dois mandatos como deputado federal pelo Maranhão, o senhor protocolou ou
se envolveu em proposições legislativas na área de Telecomunicações ou de
Radiodifusão?
Para exemplificar com um destaque, apresentei, em 2016, um Projeto de Lei para
alterar o Código Brasileiro de Telecomunicações, uma legislação de 1962. O
objetivo era possibilitar que os radiodifusores fossem em prazo hábil
informados sobre o término de sua outorga, pois muitos perdiam o prazo por
falta de informação. Como é de todos sabido, o processo legislativo é complexo
e intrincado, o parlamentar não tem domínio sobre a tramitação de suas
propostas e todos os ritos legislativos têm de ser cumpridos à revelia da
vontade pessoal do proponente. Agora, do outro lado, no Poder Executivo, no
ministério, que tem múltiplas competências, passei todo o primeiro mês da minha
gestão em intensas reuniões com os diversos atores dos setores de
Telecomunicações, da Radiodifusão e dos Serviços Postais para conhecer melhor
suas demandas, os empecilhos que encontram e planejar as ações que serão
tomadas nas próximas semanas.
Por uma radiodifusão comunitária, educativa e pública
Qual
a prioridade da sua gestão à frente do Ministério das Comunicações?
A prioridade absoluta é levar conectividade a quem não possui, aos mais pobres.
A inclusão digital é a nossa meta principal, desde o primeiro até o meu último
dia de gestão no Ministério das Comunicações. Lembremos que em função da
tragédia da pandemia de Covid-19, o Congresso Nacional tornou essenciais os
serviços de comunicações, uma sábia de cisão que vai muito além de limitar a
alíquota máxima do ICMS nos Estados: ela reflete uma nova realidade, na qual a
internet, a telefonia e os serviços postais são direitos de todos os cidadãos
brasileiros. No Ministério das Comunicações, a cada dia, farei todo o esforço
que estiver ao meu alcance para democratizar o acesso à informação, para promover
a inclusão digital e para garantir a conectividade significativa, que é ir
muito além de levar a internet para a comunidade, é mostrar às pessoas como
chegar nos serviços públicos essenciais, ande buscar a informação de qualidade.
como se capacitar por meio do Ensino à Distância (EAD) e aproveitar ao máximo
todas as benesses que o mundo digital tem para oferecer.
Há
no Ministério das Comunicações outras ações emergenciais?
Cobrei, em reunião com representantes das operadoras, a melhoria na qualidade do
sinal de 4G e 5G em todo o país. Nesta fase pioneira, em alguma medida é
compreensível que a implementação da tecnologia 5G enfrente obstáculos, típicos
da novidade, mas não pode ser razoável nem aceitável que essa migração ocorra à
conta do prejuízo da qualidade do que antes funcionava bem, o 4G. Determinei a
realização de uma pesquisa nacional de opinião pública pelo Ministério das
Comunicações para capturar quantitativa e qualitativamente a impressão dos
usuários e da sociedade.
O Maranhão, seu estado de origem, é um com os piores índices em relação à inclusão digital. Como o senhor pretende combater essa desigualdade?
À luz dos legítimos princípios da equidade, toda a população do país tem de ser
contemplada com a ação governamental, contexto no qual o Maranhão, o meu
estado, sempre terá a justa atenção, pelos problemas que sabemos existir. Por
exemplo, dos quase 28 mil pontos do Wi-Fi Brasil – que promove a inclusão
digital via oferta gratuita de internet banda larga instalados para comunidades
em estado de vulnerabilidade social – mais de 10% estão no Maranhão. Sob essa
lógica, constatei que o nosso estado não está contemplado nos programas Norte
Conectado e Nordeste Conectado, que levam conectividade aos esta- dos
alcançados pela rede de fibra óptica da Chest e de outros meios na região
amazónica. Já determinei a correção dessa lacuna, para que maranhenses possam
contar com acesso à internet de qualidade para o exercício digno da cidadania.
Como o senhor responde as denúncias que surgiram recentemente na imprensa sobre uso do orçamento secreto enquanto deputado federal para beneficiar fazendas da sua família?
As emendas parlamentares são instrumentos constitucionais e legais que
beneficiam inúmeras comunidades carentes do país e, claro, do Maranhão. A obtenção
de recursos federais para atendimento das carências dos maranhenses mais pobres
têm sido uma das prioridades da minha atuação nos oito anos de mandato até
agora que os milhares eleitores me deram. Os questionamentos de nossa al- cada
foram esclarecidos, mas a responsabilidade sobre as etapas de contratação e/ou
de execução de obras ou serviços não é do parlamentar.
Haverá
retaliação às entidades de radiodifusão que colaboraram com os atos
antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023?
Existem obrigações que as entidades beneficiadas com as outorgas de
radiodifusão devem cumprir e obedecer. Não há clima deliberado de retaliação,
mas as leis existem e serão cumpridas no que couber ao Ministério das
Comunicações.
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