NA UNIDADE REGIONAL
DE EDUCAÇÃO (URE) DE BACABAL, DEZ ESCOLAS DO MUNICÍPIO E DE CIDADES VIZINHAS SE
REUNIRAM PARA APRESENTAR OS RESULTADOS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ENP
ESTE ANO.
Durante essa
semana, várias escolas da rede estadual de ensino concluíram e apresentaram
atividades do Escravo, nem pensar! (ENP). Implantado em 2015 pela Secretaria de
Estado da Educação (Seduc) e a ONG Repórter Brasil, o programa já alcançou, até
agora, 240.873 pessoas com ações de prevenção ao trabalho escravo,
desenvolvidas em 474 escolas de 138 municípios.
Nas escolas, o
programa é desenvolvido por meio de atividades interdisciplinares e projetos
pedagógicos, com o objetivo de disseminar o tema junto às comunidades
vulneráveis ao aliciamento de trabalhadores e ao uso de mão-de-obra escrava no
estado.
Na Unidade
Regional de Educação (URE) de Bacabal, dez escolas do município e de cidades
vizinhas se reuniram para apresentar os resultados das atividades desenvolvidas
pelo ENP este ano. Cerca de três mil pessoas, entre estudantes, educadores e
convidados participaram de uma caminhada pelas ruas da cidade.
Os estudantes
levaram para as ruas uma performance teatral retratando a história de vida da
Dona Pureza Lopes Loiola, a lavradora maranhense que se tornou símbolo da luta
contra o trabalho escravo ao travar uma batalha de três anos em busca do filho
Antônio Abel Lopes Loiola, desaparecido em 1993, quando foi trabalhar em uma
fazenda no sul do Pará. Ela reencontrou o filho em maio de 1996, quando ele
conseguiu fugir de uma fazenda onde era mantido em regime de escravidão, em
Santana do Araguaia (PA).
A história de Dona
Pureza e Abel virou filme. Em 1997, ela recebeu, em Londres, o Prêmio
Anti-Escravidão 1997, uma medalha oferecida anualmente pela Anti-Slavery
International, organização não-governamental do Reino Unido que faz campanha
contra o trabalho escravo.
Na capital, as
apresentações ocorreram na sede URE de São Luís, onde, durante toda manhã, estudantes
de sete escolas da URE apresentaram vários trabalhos, como: performances,
poesias, peças teatrais, dentre outras atividades.
Para o professor
Wilson Chagas, gestor do C.E. Maria José Aragão, escola da rede estadual de
ensino, na Cidade Operária, o Programa Escravo, Nem Pensar! traz para a
comunidade escolar a possibilidade de discutir, entender e de tentar mudar a
realidade nas relações de trabalho, onde cidadãos, ainda hoje, enfrentam
situações análogas à escravidão.
“É gratificante,
acima de tudo, porque a gente consegue visualizar tudo o que queria passar para
os nossos estudantes. Quando a gente estimula através da arte para um assunto
que é de extrema importância que é a prevenção contra o trabalho escravo
contemporâneo. Até porque nós que somos de escola pública de periferia e
vivemos essa realidade de ver os pais desses meninos sendo explorados como mão
de obra barata. Só a partir da educação, da formação é que essa realidade pode
mudar. Parabéns à Seduc por permitir e incentivar trabalhos nesse sentido”,
disse Wilson Chagas, gestor do Centro de Ensino Maria José Aragão.
“O sentimento é de
extrema felicidade ver o resultado de todo trabalho feito com muito compromisso
pelos educadores e pelos alunos que têm a temática muito próxima deles, por ser,
na realidade, a vivência de muitas famílias em nosso estado, em nosso país. Ver
esse resultado nos dá a esperança de que cumprimos nosso papel em divulgar,
mostrar para a comunidade, e de estimular os nossos estudantes a serem
protagonistas, saindo das amarras, e vislumbrando um futuro pela frente”,
explicou Ana Paula Santos, coordenadora do projeto Escravo, Nem Pensar! no
Maranhão.
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