O ex-presidente Lula e o juiz Sergio Moro (Nelson Almeida/AFP e Michel Filho/Agência O Globo) |
“Salta aos olhos que todo esse cenário de
ilegalidades e arbitrariedades praticadas pelo juiz Sergio Moro contra o
ex-presidente Lula teve o potencial de alterar o resultado das eleições
presidenciais recentemente ocorridas. Até 11.9.2018 Lula tinha a liderança
absoluta em todas as pesquisas de opinião. Quem foi o beneficiado — ao
menos potencialmente — por
essa situação? O presidente eleito, principalmente”, diz o documento, assinado pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins.
essa situação? O presidente eleito, principalmente”, diz o documento, assinado pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins.
Moro condenou Lula, em primeira instância, a nove
anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro em um processo da Operação Lava Jato, que apurava se o ex-presidente
fora beneficiado pela posse oculta e reforma de um apartamento tríplex no
Guarujá (SP). Em janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4) confirmou a condenação, ampliando a pena a doze anos e um mês de prisão.
Pouco mais de dois meses depois, no início de
abril, o petista foi preso para iniciar o cumprimento na pena. Permanece, desde
então, na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Outro
elemento citado pelos defensores foi uma declaração do vice-presidente eleito,
Hamilton Mourão (PRTB), ao jornal Folha de S.Paulo, na qual o general diz que o juiz
federal foi convidado “ainda durante a campanha” para o cargo. A defesa de Lula
cita duas decisões, tomadas durante o período eleitoral, que poderiam ter
beneficiado Bolsonaro: o adiamento de um depoimento do ex-presidente para
depois das decisões e a liberação, faltando sete dias para o pleito, do
conteúdo da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, na qual o petista
é citado.
“A situação permite inferir um projeto
político. Lula fora das eleições e preso — graças fundamentalmente à
atuação do juiz Sergio Moro. Por outro lado, providências tomadas em
processos judiciais contra o paciente resultaram em benefícios eleitorais
ao agora presidente eleito — opositor político de Lula —, que, logo após o
sufrágio, concede um dos mais relevantes cargos do governo federal ao
mesmo magistrado”, escreveram.
Procurada, a assessoria de imprensa da Justiça
Federal do Paraná informou que o juiz Sergio Moro não vai se manifestar. Nesta
terça-feira, 6, às 16 horas, Moro concederá uma entrevista coletiva, a primeira
desde o convite de Bolsonaro, para apresentar sua posição em relação às
questões apresentadas nos últimos dias.
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