Um jogador de futebol de 18 anos morreu baleado em uma praça de Valparaíso de Goiás, a 38km de Brasília. Leandro Augusto Santos Soares recebeu três tiros na tarde de sexta-feira (5/7). Ele ainda chegou a ser socorrido ao Hospital Regional do Gama, mas morreu após dar entrada na unidade. O suspeito de disparar contra a vítima é um soldado da Polícia Militar de Goiás.
Segundo o delegado-chefe
do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Rafael Abrão, o soldado seguia
para o trabalho quando passou pela praça e disse ter visto a vítima negociando
o que parecia ser uma arma de fogo. O investigador contou que o policial
abordou Leandro e, segundo o PM, a vítima teria tirado a suposta arma da
cintura.
"Familiares alegam
que ele tirou a arma, que era uma réplica, para jogar no chão e se render. Não
sabemos ainda a circunstância. Fato é que ele a arrancou da cintura",
explicou o delegado. O soldado, então, reagiu e efetuou três disparos. Segundo
Rafael, a vítima estava acompanhada da namorada, mas ela não se feriu.
A arma do PM, de calibre
40, ficou apreendida para perícia, assim como a réplica da arma de fogo.
"Vamos fazer o confronto balístico e precisamos descartar uma segunda
arma. O policial foi ouvido na hora e, inclusive, algumas testemunhas, mas
vamos aprofundar as investigações com imagens e outros relatos", destacou
o delegado.
A vítima será enterrada
nesse domingo (7/7) no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. O velório
está marcado para começar às 8h, e o sepultamento será às 10h30.
Polícia
Militar
Procurada, a Polícia
Militar repassou a íntegra da ocorrência registrada pela própria corporação. O
texto informa que o militar chegava à unidade policial para trabalhar quando
viu uma pessoa se aproximando de um casal na praça e passando uma arma de fogo.
Ele, então, parou o carro e começou a acompanhar a movimentação.
Segundo a ocorrência, logo
depois de repassar o objeto, a pessoa que entregou a arma foi embora, e o casal
seguiu caminhando. Nesse momento, o policial fez a abordagem. Mas, conforme
consta na ocorrência, "o autor levantou a blusa e colocou a mão na
cintura." O policial, então, realizou três disparos.
De acordo com a PM, a
vítima caiu no chão e ainda conseguiu ter forças para dizer que se tratava de
uma réplica. "Em seguida, o policial pegou o objeto que se encontrava ao
chão e verificou que se tratava de um simulacro de arma de fogo do tipo pistola",
detalha o texto.
Com a namorada, o policial
não encontrou nada. Logo depois, o militar pediu apoio da unidade policial e
acionou o Corpo de Bombeiros. Ele também se apresentou à delegacia.
No texto, consta, ainda,
que "pelo ocorrido, não há que se falar em Auto de Prisão em Flagrante em
desfavor do agente de segurança policial, o qual, em análise inicial, parece
ter agido acobertado por uma das hipóteses de excludente de ilicitude,
previstas no artigo 23 do Código Penal."
O policial suspeito de
atirar trabalha no 33º CPChoque de Valparaíso.
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