PARA O DEPUTADO, É URGENTE A RETOMADA DO DEBATE SOBRE O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO, PROPORCIONANDO MELHOR QUALIDADE DE VIDA AOS BRASILEIROS E MEDICAMENTOS MAIS EFICAZES E BARATOS.
O impasse em torno dos insumos necessários para produção de vacinas contra a Covid-19 pela Fiocruz (Oxford/AstraZeneca) e pelo Instituto Butantan (CoronaVac) evidencia a grande dependência nacional da tecnologia de outros países. O caminho para eliminar essa vulnerabilidade é um só: aumentar os investimentos em pesquisa e inovação.
A realidade, porém, é antiga e não se
restringe à fabricação de imunizantes em tempos de pandemia. E foi justamente
por entendê-la que o deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) apresentou, há
seis anos, o PL 117/2015, que institui a Política Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento Tecnológico do Setor Farmacêutico.
“O Brasil tem o sétimo maior mercado
farmacêutico do mundo, mas muito dependente das importações. Estima-se que de 80%
a 90% dos insumos venham de países como China, Índia, Alemanha e Suíça.
Enquanto isso, a indústria nacional investe apenas 8% da sua receita líquida
anual em pesquisa e desenvolvimento. Temos que mudar essa realidade, que é
prejudicial aos brasileiros e ao nosso sistema de saúde”, afirma Juscelino
Filho.
Segundo o Ministério da Saúde, os
gastos com a compra de remédios e insumos do exterior giram em torno de R$ 15
bilhões por ano. Em 2019, a balança comercial do setor foi deficitária em US$ 6
bilhões. No ano de 2000, o tema foi discutido na CPI dos Medicamentos, na
Câmara dos Deputados. O preocupante diagnóstico da comissão apontou, além do
baixo investimento em estudos, a falta de interesse de empresas multinacionais
em desenvolvê-los no Brasil.
Alguns pontos do PL 117/2015
O projeto de autoria do deputado
Juscelino Filho prevê a criação de um plano diretor para orientar o trabalho do
governo, de empresas, de centros e institutos tecnológicos e de universidades.
Pelo texto, haverá um fórum de consulta, convocado pelo Conselho Nacional de
Saúde, para aprovar as medidas. Capacitação de recursos humanos, fortalecimento
de estruturas existentes e criação de comitês interdisciplinares são outros
pontos elencados.
Entre os possíveis mecanismos para
financiar a política nacional, o PL 117/2015 cita a adoção de incentivos
fiscais e não-fiscais; desoneração da produção tecnológica; absorção de mestres
e doutores por empresas e institutos tecnológicos; captações por fundo setorial
específico e por meio de organismos multilaterais e internacionais; e a
inserção de previsão de recursos públicos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
“É mais do que urgente retomarmos
esse debate no parlamento. O desenvolvimento científico e tecnológico do setor
farmacêutico vai proporcionar condições de melhor qualidade de vida e bem-estar
dos brasileiros, que poderão contar com medicamentos mais eficazes e mais
baratos. Isso só é possível com pesquisa, inovação e domínio de todo o processo
de desenvolvimento”, observa Juscelino Filho.
Em 2016, a Mesa Diretora da Câmara
dos Deputados determinou a criação de uma comissão especial para tratar do
tema, o que deve ser o próximo passo na tramitação do PL 117/2015.
Assessoria.
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