AS PAUTAS MAIS PREJUDICIAIS PROPOSTAS – SOMAM UM IMPACTO FINANCEIRO SUPERIOR A R$100 BILHÕES POR ANO PARA OS MUNICÍPIOS BRASILEIROS.
Alertando para medidas unilaterais dos Três Poderes federais que
impactam fortemente a autonomia e os orçamentos municipais, a Confederação
Nacional de Municípios (CNM) convoca todos os gestores locais a participarem de
grande mobilização em 5 de julho, em Brasília. Balanço da entidade –
considerando as pautas mais prejudiciais propostas – somam um impacto
financeiro superior a R$100 bilhões por ano para os Municípios brasileiros.
“É evidente que essa situação não é
sustentável. As instâncias federais criam novas despesas e ainda aprovam
medidas que reduzem a arrecadação dos Municípios. Como é que o gestor vai
atender o cidadão lá na ponta dessa maneira?”, argumenta o presidente da CNM,
Paulo Ziulkoski.
Para efetivamente evitar que esse
cenário siga se repetindo, uma das prioridades do movimento municipalista na
mobilização será pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
122/2015, que proíbe a criação de novos encargos para os Municípios sem a
devida previsão orçamentária. Já aprovada no Senado e por comissão especial da
Câmara, após forte mobilização da Confederação, a medida, agora, aguarda
votação no Plenário da Câmara.
Mais despesa
No Congresso, em apenas seis propostas de pisos salariais para diferentes
categorias, o aumento de despesas para os Entes locais chega a R$ 55,7 bilhões
por ano. Duas dessas medidas estão em estágio avançado – aumento no piso de
agentes comunitários de saúde e de endemias foi sancionado e aguarda
regulamentação e a criação de piso para enfermeiros e outras categorias de
saúde aguarda sanção e aprovação da PEC 11/2022. A CNM segue na luta para que a
criação dos novos pisos seja condicionada à corresponsabilidade da União no
pagamento dos valores.
Se acatado o entendimento do governo
federal sobre o reajuste do piso do magistério, soma-se ainda despesa de R$
30,46 bilhões por ano. Portaria do Ministério da Educação anunciou em fevereiro
percentual de reajuste de 33,24%, embora a Confederação alerte que não há
eficácia legal, uma vez que o critério para reajuste do piso em questão tem
referência a uma lei revogada.
Menos receita
Ao mesmo tempo que propostas apresentadas na capital federal aumentam as
despesas dos Municípios, há outras que reduzem as receitas, agravando o
cenário. São exemplos a redução de alíquota do ICMS para setores como
combustíveis, energia e comunicações e o aumento de isenção no imposto de
renda, o que juntos reduzem em R$ 31,5 bilhões/ano os recursos financeiros dos
Entes locais.
A ampliação da desoneração do IPI em
35% para diversos produtos – decretada pelo governo federal – representa outros
R$ 6,75 bilhões de recursos que deixarão de chegar aos cofres municipais.
Mobilização
Diante desse cenário, a CNM ressalta a importância da participação de todos os
municipalistas na mobilização de 5 de julho - inscrições aqui. A concentração,
na parte da manhã, ocorrerá na sede da Confederação, em Brasília. À tarde, o
movimento levará a mobilização ao Congresso Nacional.
Em respeito ao pacto federativo e à autonomia municipal, a entidade destaca que tais medidas não devem ser tomadas pelas demais instâncias sem diálogo e participação dos Entes locais. Além disso, a Confederação alerta que não se verifica real ganho para a população com medidas que prometem reduzir carga tributária sem considerar os reais problemas estruturais, sendo urgente um debate qualificado e sem intenções eleitoreiras.
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